Wednesday, November 2, 2011

Onde pára a minha soberania?

Vamos fazer um pequeno exercício: vamos imaginar que acabei de entregar o IRS e descubro que devo 5000€. Quais são as minhas opções?

Segundo a lógica da UE, da Merkel, do Sarkozy, dos analistas, até dos jornalistas, só há uma opção: pagar. Não pagar é colocar-me numa posição de privilegiado frente à restante sociedade. Tenho de pagar. Impensável não pagar. Faça o que fizer, tenho de pagar.

Não posso decidir não pagar? Claro que se não pagar tenho de arcar com as consequências. Podem me vir buscar o carro. Posso ir para a prisão. Convém que pense muito bem antes o que vou fazer. O mais certo é escolher pagar. Mas recuso-me a aceitar o não poder optar que me querem impingir. Quero ter a liberdade para poder escolher!

3 comments:

  1. O problema deles e nosso é como pagar e não tanto a questão de se pagar ou não. Da mesma forma que a união europeia, na altura CEE ainda com 11 estados membros, foi recebendo mais países, impôs-lhes também regras específicas, nomeadamente a nível do investimento público (infraestruturas, redes de transportes, etc.) e das cotas de produção,obrigando o país a receber as "ajudas" que no nosso caso e no deles foram aplicadas 50-50 (50% de investimento e 50% para o bolso de meia dúzia). Como foi assim também deviam esperar o que está a acontecer agora. Nem todos os países tem tantos cordeiros como em Portugal. Alea Jacta Est!

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  2. Não discuto que haja regras específicas. Agora a Grécia pode decidir ignorá-las (e arcar as consequências). E este direito de decidir marca a soberania da Grécia. O resto é um dEUS nos acuda!

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  3. ó chefe. Estás a falar de dívida soberana, não da dívida do senhor Joaquín que quis comprar um mercedes todo XPTO. A dívida dos estados tinha-se até agora como 100% segura, não pagando abre-se um precendente muito grave. E o que acontece? Até podiamos pensar: Nada! mas não, simplesmente ninguém nos volta a emprestar dinheiro, perdemos a credibilidade e se o nosso objectivo é tentar fazer com que os juros baixem para nos podermos financiar de uma maneira sustantavel pois então estás a ir pelo cominho contrário. Aconteceu há 10 anos com a Argentina, onde a classe média passou fome e que ainda hoje dia passou do país com melhor nível de vida na américa do sul para um dos piores, não existe classe média, e muita gente passou\passa fome!

    Podes dizer: "Mas isso vai acontecer cá pelo mesmo caminho", talvez, mas se a coisa for bem feita podemos minimizar o impacto, qualquer renegociação da dívida ou não cumprimento implica simplesmente a perda de credibilidade nos mercados.

    Resumidamente estamos fodidos, mas numa das maneiras somos penetrados analmente e noutra vá... um pouco menos desagradável. A não ser que a Grécia seja um estado de paneleiros, o que sinceramente duvido.

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