Tuesday, October 18, 2011

Por que sou contra esta redução de despesa e não sou incoerente

Ainda na oposição, Passos Coelho questionava e questionava o governo Sócrates sobre a redução de despesa do estado.

Quando entrou para o governo, as primeiras medidas anunciadas foram de aumento de impostos. Posso compreender: medidas de redução de despesa obrigam a analisar, avaliar, planear, e pura e simplesmente não houve tempo para isso.

Agora, passados quatro meses desde as eleições, Passos Coelho apresenta o orçamento de estado para 2012. Este contém uma redução de despesa duríssima: corte no subsídio de férias e décimo-terceiro mês dos funcionários públicos. Isto é pura e simplesmente cortar onde é mais fácil e onde se obtém mais resultados no curto prazo!

Não passaram já quatro meses? Não houve mais que tempo para analisar, avaliar, planear reduções de organismos inúteis, delegações de treta, entidades de chacha? Não houve mais que tempo para analisar, avaliar, planear despedimentos (oh heresia!) do excesso de funcionários públicos que Portugal tem? Decerto há na função pública pessoas honestas, competentes, trabalhadoras. Por que têm de pagar todos?

Vitor Gaspar vem dizer que, a não haver estes cortes, teriam de despedir 50 a 100 mil funcionários públicos. Viram alguém a questionar esta informação com números tão díspares? Donde apareceu? Foram efectuados estudos? Ou foi só para nos calar lançando o papão dos despedimentos na função pública?

Despedir funcionários públicos custa dinheiro? Claro que sim, há indemnizações e subsídios de desemprego. Mas a médio prazo há-de reduzir a despesa. Onde estão estes estudos? Alguém ouviu algum membro do governo a citá-los?

Parece que mais uma vez Passos Coelho optou pela via mais fácil. O que está à espera para começar a reduzir verdadeiramente a despesa?

1 comment:

  1. O que me preocupa é que durante a campanha ele falou sem sequer saber o que dizia, tudo o que disse e inclusive prometeu, era mentira descarada! Não existe um plano de crescimento económico, existe um plano de asfixiamento económico. Para isso podia lá estar qualquer um. É como dizes, é pelo mais fácil.

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