Mudei-me de armas e bagagens

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Voltamos ao tempo do lápis azul?

"A bem da Nação, a informação emitida pela RTP Internacional deve ser filtrada e trabalhada pelo Governo. Um tratamento que não deve ser questionado." João Duque, líder do grupo de trabalho para a definição do serviço público.

O que João Duque aqui defende é, pura e simplesmente, a criação de um canal de propaganda do governo alvo de censura e seguindo a agenda política do partido no governo! Voltamos ao tempo do lápis azul?

João Duque estará consciente que o que defende não é compatível com democracia? Ou a democracia foi cancelada e ninguém me avisou?

Bonita liberdade de expressão, ó Correio da Manhã

Há umas semanas, motivado por constantes referências na primeira página do Correio da Manhã ao ex-primeiro ministro José Sócrates, comecei a contabilizar o número de vezes que essas referências apareciam.

Além de Sócrates contabilizo também para o actual primeiro ministro Passos Coelho, presidente da república Cavaco Silva, ministro de estado e dos negócios estrangeiros Paulo Portas, ministro das finanças Vítor Gaspar e secretário geral do PS António José Seguro.

Hoje, fui confrontado com o bloqueio da minha conta de twitter pública @luis_grave pela conta de twitter do Correio da Manhã @cmjornal.

Na prática a censura que me fizeram não serve absolutamente de nada, já que não me podem impedir de contabilizar as referências nem de as colocar na minha conta de twitter.

Grande exercício de liberdade de expressão efectuado por um jornal. Enfim.

A título de curiosidade fica aqui a contabilização mais actual das referências:

• António José Seguro - 0
• Paulo Portas - 1
• Cavaco Silva - 2
• Vítor Gaspar - 2
• Passos Coelho - 3
• José Sócrates - 12

O plano de resgate da Europa

BPN

Banco Português de Negociatas.

O primeiro-ministro de todos os portugueses

A existência, em Portugal, de somente dois partidos ditos grandes ou, por outras palavras, com condições para formar governo, tem consequências interessantes. Na prática quem decide quem vai ser o próximo primeiro-ministro são os militantes do PS e do PSD, limitando-se o povo a escolher entre os dois líderes.

Pedro Passos Coelho foi eleito presidente do PSD com 31 671 votos. António José Seguro foi eleito secretário-geral do PS com 23 943 votos.

Ora, no último censo realizado, Portugal tem 10 555 853 habitantes. Daqui resulta que Pedro Passos Coelho, actual primeiro-ministro, foi escolhido por 0,30% da população e António José Seguro, líder do PS, se for eleito primeiro-ministro será escolhido por 0,23% da população.

Sou só eu a achar que um sistema em que 3 em cada 1000 portugueses escolhe o primeiro-ministro não pode estar bem?

Onde pára a minha soberania?

Vamos fazer um pequeno exercício: vamos imaginar que acabei de entregar o IRS e descubro que devo 5000€. Quais são as minhas opções?

Segundo a lógica da UE, da Merkel, do Sarkozy, dos analistas, até dos jornalistas, só há uma opção: pagar. Não pagar é colocar-me numa posição de privilegiado frente à restante sociedade. Tenho de pagar. Impensável não pagar. Faça o que fizer, tenho de pagar.

Não posso decidir não pagar? Claro que se não pagar tenho de arcar com as consequências. Podem me vir buscar o carro. Posso ir para a prisão. Convém que pense muito bem antes o que vou fazer. O mais certo é escolher pagar. Mas recuso-me a aceitar o não poder optar que me querem impingir. Quero ter a liberdade para poder escolher!